Poesias



(REAJA)

A pele arde
O coração frita
Pelos impuros impulsos da vida
Meu olhar gela
O corpo amolece
Pela simplicidade e o luxo que habita
A minha alma cansa
Das maldades humanas
Mas no horizonte sinto a esperança
Sentimento abstrato
De pertencer mais não ser
Me vejo dentro mas estou fora
Da província que me habita agora, mas da força
Eu choro, eu luto e gozo
Uma gozo de alegria
Pois as amarguras em mim
Se transforma em sorriso
Com gosto de esperança
De pensar em algo
Que não vivi
Do caos a labuta diária
REAJA, REAJA, REAJA
Empoderece e seja empoderada
Porque a  tristeza e solidão
Caminham ladfo a lado
Reaja porque o teu passado e presente
Não será televisionado



NATAL SEM CEIA

"Com medo de se atrasar
Ela acorda cedo
Pois hoje é dia de preparar a ceia de Natal
Na casa da sua patroa.
Ela limpa, passa e cozinha
Deixa tudo organizado e monta um grande espetáculo na mesa linda de mármore.
Quando está à caminho de casa
Já bem tarde da noite
Ela se lembra que hoje é dia 24 de dezembro
E que na preocupação com o seu serviço
Ela esquece de comprar o presente para o seu filho e o Peru para o seu natal.
Ela vai pra cama cedo abraçada com o seu filho.
Ele dorme e ela chora
Pedindo à Deus por um próximo ano melhor e mais igualitário"
(24/12/14)

RAP, MINHA VIDA
O Rap me ensinou a ....
Não ter medo de reivindicar.
Que meu nariz é bonito e meu cabelo Crespo é maravilhoso.
Que eu tinha que decorar o número do RG para não apanhar da polícia na rua.
A me defender dos Racistas Otários.
Que eu teria que ser como um H. Aço pra driblar as dificuldades.
As Marcas da Adolescência eu carregaria até a fase adulta.
Ter uma letra de Rap como script pra vida.
Foi por escutar Rap desde pequena, que eu me tornei a mulher que sou!
Gratidão ao Hip Hop sempre
Continua....

POESIA: Mistério

Nessa conjuntura
Eu escrevo as palavras
No vento do dilúculo
Eu me sinto um súdito
Do anoitecer
As margaridas abrochar
Os pássaros voam para outro lar
Todos se afastam com medo do meu andar
Só conhecida como a dama da noite
E na escuridão que eu me apresento
Faço o seu dia virar noite
Em três tempos
Sou mulher mas também posso ser homem
Sou assexuada
Posso ser o que eu quero
Sou negra sou branca
Depende do seu ponto de vista
Não tenho preconceitos com qualquer etnia
Valorizo o próximo
Na medida do possível
Cuido bem
De quem está sempre comigo
Eu estarei em seus pensamentos
Sonhos e pesadelos
Pode ficar tranquilo
Não fui eu quem te procurou
Sou seu brinquedo,
O alivio certo
Meu bem
Fica tranquilo
Que amanhã estará tudo bem
Estou sempre aqui do seu lado
Vou me apresentar
Meu nome é
Eu não preciso me apresentar
Eu sou, quem você acabou de imaginar


Nordeste

Secas sempre seca
Na estreita
Sou o nordestino
Jogado no mundo
Sem destino

Oxi, Etá, Painho...
São palavras do meu vocabulário
Dialeto do meu povo
Falado por mim desde menino

Zoado tirado como otário
Por não me expressar da mesma forma
Me deixam de lado

Trago do nordeste
O orgulho de minha terra
Nas eiras e beiras da vida
Minha mãe
Será sempre
Minha melhor companhia

Bicho do mato, capiau, matuto...
Eu não sou!
Domino qualquer dificuldade
Sem precisar do computador

Você todo cheio de marra
Achando que é o tal
Eu tenho o Ensino Médio
E você se quer terminou o Colegial

Sou PARAIBANO!
Sou BAIANO!
Sou MINEIRO!

Sim!
Com muito orgulho!

Se hoje as grandes metrópoles
Tem seus arranha-céus
Foi o suor do meu povo
Que se deu ao máximo
E a sociedade lhe retribuiu
Com o mais puro fel

Quando falo que sou nordestino
As pessoas pensam que sou bem pobrinho
Mas a riqueza do nordestino
Está no jogo de cintura
Onde traça com orgulho e suor
O seu destino.

Por: Preta-Rara  (escrita 31/08/13 as 22:30)




VAI BRASIL  DESABAFO
Autoria: Preta – Rara (Joyce Fernandes)

HOJE EU VOU TORCER PELO BRASIL!!!
VAI BRASIL!
Combata a corrupção que aflige o nosso país
Que tira de quem não tem, através dos altos impostos.
Estamos nas ruas conquistando o nosso direito com BRAÇOS FORTES

VAI BRASIL!
Honra os teus filhos DESTES SOLO ÉS MÃES  GENTIL
Que vai à luta sempre e trabalha pra sustentar com dignidade.
VAI BRASIL!
Eu quero mais saúde, educação, habitação...
E que tenha mais escolas do que penitenciárias
VAI BRASIL!
Que eu possa andar na rua  e me sentir segura
Pra poder voltar o horário que eu quero
VAI BRASI!
Combata o racismo, machismo homofobia com leis severa.
E que o professor seja valorizado NESSA PÁTRIA AMADA
E que a lei 10.639, que obrigada o estudo da África nas escolas, seja executada
VAI BRASIL!
Não diminua a idade penal
Melhore a escola e cria o período integral
Para que no FUTURO ESPELHA ESSA GRANDEZA
VAI BRASIL!
Que a policia não corra atrás dos pretos
Dando borrachada e tapa na cara
E que pare o genocídio da juventude negra
Para que tenhamos PAZ NO FUTURO E GLÓRIA NO PASSADO
VAI BRASIL!
Que cessem as mazelas do meu povo,
Que liberte-os da fome e da escravidão moderna
Do consumismo desenfreado.
VAI BRASIL!
Que chegue logo o dia, pra que não precisem mais de ações afirmativas
E que todos tenham os seus direitos reservados e respeitados
VAI BRASIL!
Que os brasileiros lembram todos os dias que são FILHO DESTE SOLO, em seu país
E não mais quando estão no exterior ou daqui há quatro anos.
VAI BRASIL!
E console todas as famílias que perderam seus entes queridos, para o Padrão FIFA.
Que nem se quer se pronunciaram após as mortes dos operários
E que você meu país, pare de idolatrar os outros países, fazendo sempre suas obras para “inglês ver”
VAI BRASIL
E assim eu continuo colocando o dedo na sua cara, com a esperança dessa terra que me pariu, tenha um pouco de respeito com seus filhos.
Pátria amada,

Brasil!



ENTRELAÇANDO AS IDEIAS


Autoria: Preta – Rara (Joyce Fernandes)

Através de minhas tranças
Entrelaço meus desejos
Minhas conquistas
Minhas lutas

Embaraçado meu cabelo?
Não!
Crespo sim!
Duro?
Também não.

Meu cabelo não fez mal a ninguém
Para ser ruim

Em minha cabeça
Trago as cores da mãe África
Minha ancestralidade
Nagô, dread, enraizadas...
Como o preconceito

As mulheres me olham com desprezo
Os homens me olham com desejo

O que dizem exótico
Explode , arde, encanta

Minhas agonias estão expressas em minhas tranças

Como diz o meu amigo poeta Akins Kintê...
O duro não é o cabelo
São as mazelas da sociedade

Que me apontam na rua
Como se eu tivesse cometido um erro

Perguntam com ar de nojo e desprezo
Se eu lavo os meus cabelos
Se me julgam maconheira, macumbeira
Eu não ligo

Trago no sorriso
A resistência de u m povo sofrido
De cabeça erguida modelo minhas tranças
Em cada punhado crespo um desejo de esperança

Alisa, estica!
Prende esse cabelo menina!
Não é isso que eu quero
Pra minhas pretinhas....
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 (Essa poesia foi escrita voltando para casa depois da Faculdade cansada e no ônibus lotado as 23:38h, ainda bem longe de casa. Pra quem terá que acordar as 5 da manhã pra trabalhar No dia 23/03/11)

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